Junho 06 2011

 

«Segundo o dicionário, “voluntário” é aquele que faz de livre vontade; sem constrangimentos, aquele que procede espontaneamente.

 

Sou voluntária no Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia, no Centro Geriátrico, há sensivelmente 8 anos – missão que desempenho uma vez por semana, com muita satisfação.

 

No início, timidamente comecei. Tudo era novidade e, apesar de toda a minha vida ter estado em contacto com alguns idosos, nunca tinha estado perante a realidade dos cuidados geriátricos.

 

Sem dúvida a aposta neste tipo de cuidados, tanto a nível de enfermagem, do pessoal auxiliar e dos técnicos envolvidos, é imperiosa para uma melhoria da qualidade de vida daqueles que outrora, de uma forma ou de outra, também cuidaram de nós.

 

É importante nunca esquecer que estas pessoas já foram Mães e Pais de alguém, filhos amados e membros activos da nossa sociedade.

 

Infelizmente, nos dias que correm, com as famílias tão ocupadas com os empregos que escasseiam e as crianças e jovens cada vez com mais solicitações académicas para “vingarem” no mundo actual, os mais velhos são um pouco esquecidos e então, quando doentes e a necessitar de cuidados especiais, mais complicada se torna a situação para todos. É fundamental, por isso, a existência de lares e de centros geriátricos cada vez mais qualificados que ajudem física e mentalmente estes utentes.

 

O voluntário é, assim, uma figura importante nestes cuidados porque, despendendo do seu tempo pode simplesmente segurar a mão a alguém e assim ficar… pode ajudar nas refeições, por vezes demoradas devido às dificuldades de alguns utentes, contar ou ouvir uma história tantas e tantas vezes repetida…

 

Não se pense porém que para ser voluntário é só preciso querer dar algo aos outros. Ser voluntário é também ter a obrigação de aprender, de ter formação e avaliação de forma a poder evoluir nos cuidados que presta. A vontade, essa já tem, que é a da Ajuda e a do grande Amor ao próximo.»

 

Maria Isabel Costa

Voluntária no Centro de Cuidados Geriátricos da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo

publicado por servoluntariosempre às 14:58

Fiquei muito emocionada com este texto que está simplesmente lindo. É bom saber que existem pessoas assim tão dispostas a ajudar os mais velhos. Os meus pais estão velhinhos e o meu pai tem Alzheimer. É uma realidade difícil. Eu gostava que a velhice deles fosse mais digna, que tivessem mais apoios e ajudas. O facto de não termos nem dinheiro nem disponibilidade para lhes dar a velhice que eles mereciam é muito triste e revoltante, pois eles já fizeram tanto por mim...
Obrigada por haver pessoas assim...dedicadas aos outros
alzheimerdepapie a 8 de Junho de 2011 às 08:42

Olá.
Concordo plenamento consigo.
A sensação é de que há ainda muito caminho a percorrer até chegarmos a uma situação em que todos os idosos vivam a última fase das respectivas vidas com a dignidade que merecem. Num tempo em que vivemos cada vez mais tempo importa criar as condições para que essa fase da vida seja vivida com qualidade. Constitui situação ainda mais grave e preocupante a dos idosos muito idosos com algum tipo de demências, os quais deveriam ter acesso a cuidados especializados, cuidadores familiares disponíveis e formados para lidar com as novas exigências destas doenças degenerativas... Para o seu pai, aconselhamos que se informe sobre as respostas existentes na sua área de residência, às quais possa recorrer para melhorar os cuidados e, ao mesmo tempo, para lhe aliviar a si a sobrecarga como cuidadora.

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